A edição de 23 de janeiro de 1994 de Os Jogos no Computador, no Correio da Manhã, traz uma extensa análise de Zool, um jogo de plataformas que exemplifica como o marketing - neste caso da Chupa Chups - se cruzou com os videojogos na década de 1990.
Podem descarregar a digitalização de Mário Moreira neste link.
O universo das aventuras, com os géneros de point & click adventures e CRPGs tão populares nos anos 90, é o tema central da edição de janeiro de 1994 da rubrica Jogos no Computador, do jornal Tempo Livre.
José Antunes abre o debate sobre as traduções oficiais de jogos internacionais, que há 30 anos eram apenas uma miragem. Lamenta a ausência de jogos traduzidos para português, especialmente aventuras, que poderiam atrair novos públicos e ter valor educativo.
É mencionada a tentativa falhada da Portidata com o jogo Simon the Sorcerer, aparentemente devido a dificuldades técnicas. Algo que a empresa de Portimão corrigiria poucos meses depois desta publicação, com a inédita e completa tradução oficial de Beneath a Steel Sky - um verdadeiro marco na história da indústria portuguesa de videojogos.
De lá para cá, muito mudou. Hoje existem empresas portuguesas especializadas em serviços de tradução e localização de videojogos, como a Wordfoxes, mostrando o quanto o setor evoluiu em três décadas.
Voltando à rubrica, esta edição traz também uma análise a Lands of Lore: The Throne of Chaos, um CRPG memorável que consolidou a reputação da Westwood Studios e encantou muitos jogadores da época.
A digitalização da edição de janeiro de 1994 está disponível neste link.
Nesta edição de Jogos no Computador, José Antunes analisa a adaptação de Jurassic Park ao universo dos videojogos, no caso concreto da versão para MS-DOS. O que poderia ser apenas mais um aproveitamento da fama de uma grande franquia revelou-se, segundo ele, um jogo competente, que fazia justiça ao livro de Michael Crichton que inspirou o filme. Afinal, e isto já digo eu, de tantas conversões feitas pela Ocean nos anos 80 e 90, seria de esperar que algumas fossem de qualidade.
A análise incidiu sobre a versão distribuída pela Portidata, a empresa de Portimão que, por sinal, também patrocinava o passatempo cujo cupão não aparece na digitalização. Recortei esse cupão na época para poder concorrer a um dos 10 exemplares de Strike Commander. Eram tempos em que 'vandalizávamos' as nossas revistas à tesourada para juntar pontos, responder a questionários e participar em sorteios - algo que hoje se faz, inevitavelmente, de forma digital.
Lembro-me bem de ter respondido à pergunta sobre o jogo no cupão - guardei o recorte onde Strike Commander era mencionado - e de ter enviado a carta, sem qualquer sucesso, diga-se de passagem. Ironia do destino, anos mais tarde viria a conhecer um dos fundadores da Portidata e a conversar com ele sobre o papel inovador e disruptivo da empresa no então nascente mercado português de importação e distribuição oficial de videojogos. Infelizmente, ainda hoje não se dá o devido reconhecimento aos nossos pioneiros do século passado.
A digitalização da edição de dezembro de 1993 está disponível neste link.
Três grandes jogos foram apresentados na rúbrica Jogos no Computador do jornal Tempo Livre de setembro de 1993: X-Wing, Strike Commander e Flashback. O simulador da LucasArts marcou a minha adolescência, pelo menos até a chegada do DOOM uns meses mais tarde... :)
A digitalização desta edição encontra-se neste link.
A edição de 12 de dezembro de 1993 de Os Jogos no Computador apresentou a análise do RPG "Legends of Valour". Grande parte desta rubrica do Correio da Manhã foi também dedicada a alguns títulos para o CD-i.
A digitalização, realizada por Mário Moreira, pode ser consultada através deste link.
Esta edição de Jogos no Computador, do jornal Tempo Livre, traz memórias intensas de um período em que Portugal se unia em torno da causa de Timor-Leste, então ocupado pelo regime indonésio. Em destaque surge a brilhante análise de José Antunes ao simulador de combate AV8B Harrier Assault, desenvolvido pela britânica Simis e publicado pela Domark.
Ao contrário de outros simuladores do género, este título foi ousado na escolha do cenário: um hipotético conflito entre as Nações Unidas e uma junta militar na Indonésia, tendo Timor-Leste como palco.
Após o terrível massacre de Santa Cruz (1991), a tragédia do povo timorense tornou-se mais visível a nível global. É provável que essa nova atenção internacional tenha influenciado, ainda que de forma indireta, a decisão de afastar-se dos clichés habituais de guerras históricas e propor, em contrapartida, um cenário moderno e politicamente atual. O jogo não abordava explicitamente o caso timorense, mas o contexto histórico tornava essa escolha particularmente significativa.
Lembro-me como se fosse ontem de ter lido esta rúbrica e de sentir que, se até um videojogo tocava numa causa tão próxima, então a esperança estava mais próxima também.
Mais de 30 anos depois, Timor-Leste é livre, e Portugal e Indonésia reataram as suas históricas relações, dissipando a hostilidade e a desconfiança de outrora. Este jogo, que ousou retratar um tema moderno, acabou também por se tornar parte da própria história.
Foram momentos como este que reforçaram em mim a convicção de que os videojogos não são apenas um mero objeto lúdico, mas também podem ser instrumentos de expressão artística e até de intervenção política.
Seja como for, deixando as considerações políticas de lado, para quem aprecia o género, AV8B Harrier Assault foi um dos muitos simuladores que apaixonaram os fãs nos anos 90. Sobre o jogo em si, nada melhor do que ler a análise de José Antunes.
Uma nota final: a Simis, estúdio responsável pelo desenvolvimento deste título, viria mais tarde a integrar a Eidos Interactive, tornando-se parte de uma das editoras britânicas mais influentes dos anos 90.
A digitalização desta edição encontra-se neste link.
O grande destaque desta edição de Os Jogos no Computador vai, sem dúvida, para a divulgação da lista de vencedores do passatempo CM/Portidata, realizado ao longo de vários meses de 1993. A iniciativa distribuiu diversos jogos estrangeiros, lançados em Portugal pela editora de Portimão, premiando os leitores mais atentos e rápidos nas respostas.
A digitalização de Mário Moreira está disponível neste link.
Há algum tempo, o blogue Planeta Sinclair publicou uma extensa coleção de recortes da rubrica Os Jogos no Computador, do jornal Correio da Manhã, da autoria de Paulo Ferreira. Foram centenas de digitalizações realizadas por Mário Moreira, mas sobraram alguns recortes soltos, mais recentes, que pouco ou nada se enquadravam no âmbito do Planeta Sinclair.
Decidimos então publicar aqui essas digitalizações soltas, ainda que a maioria não esteja organizada nem datada. Se algum dos leitores tiver informações relevantes para a catalogação destes recortes, agradecemos a colaboração.
Uma nota: a fase da rubrica assinada por Pedro Amaral já foi abordada de forma pontual no Planeta MS-DOS. Sobre essa fase, teremos novidades em breve.
Quanto a esta edição de Os Jogos no Computador, datada de 26 de setembro de 1993, encontramos as habituais análises de Paulo Ferreira e as novidades daquele ano. O destaque vai para o concurso promovido pelo Correio da Manhã e pela Portidata, que desafiava os leitores a responder a um questionário sobre um jogo anteriormente analisado. Os cinco primeiros boletins com as respostas corretas ganhavam uma cópia do jogo. O título que inaugurou o concurso foi Strike Commander.
Ficamos a pensar: será que algum dos leitores portugueses deste blogue chegou a ser premiado?
A digitalização de Mário Moreira encontra-se neste link.
Depois de um longo hiato, o Planeta MSDOS regressa com uma nova série dedicada à preservação da memória dos videojogos dos anos 80-90, mais especificamente do universo MS-DOS, através de recortes e artigos que fui guardando ao longo dos anos.
Entre esse material, encontrei várias páginas da secção “Jogos no Computador”, assinada por José Antunes, um dos mais ativos jornalistas portugueses a escrever sobre videojogos na época. As suas crónicas traziam não só críticas e novidades, mas também uma visão cultural sobre o papel dos jogos no universo do entretenimento digital.
Estes recortes foram retirados do jornal Tempo Livre, uma publicação periódica da Fundação INATEL que funcionava como elo de ligação entre a fundação e os seus associados, com destaque para cultura, turismo e desporto. Apesar de não ser um jornal especializado em tecnologia, o Tempo Livre abriu espaço para os videojogos, reconhecendo a sua crescente relevância no início dos anos 90.
Lembro-me bem de receber este jornal em casa, pois era costume a minha família passar férias nas instalações do INATEL. Guardo boas memórias de Vila Nova de Cerveira e do Luso! Era sempre com entusiasmo que procurava logo a secção dedicada a jogos de computador, numa altura em que o acesso a informação sobre videojogos em Portugal ainda era bastante limitado, e a Micromania do JN já tinha terminado nesse Verão de 1992 — série, aliás, por mim abordada no nosso irmão Planeta Sinclair.
Como forma de preservar essa memória, digitalizei e partilho aqui um desses recortes, publicado em dezembro de 1992, onde José Antunes inaugurava a rubrica com uma análise entusiasta de Indiana Jones and the Fate of Atlantis, da LucasArts Games. O jogo marcou a época ao combinar narrativa interativa com técnicas cinematográficas. Para Antunes, esta aventura gráfica era a prova de que os videojogos podiam rivalizar com livros e filmes, em guião, atmosfera e profundidade.
A digitalização da edição de dezembro de 1992 encontra-se neste link.
