A produção amadora de jogos para o MS-DOS pode ainda não estar, em termos de quantidade, a par do que já se faz por hobbyistas em relação a outros microcomputadores (como o MSX, o ZX Spectrum ou o Commodore Amiga). No entanto, nota-se um interesse acrescido pela criação de jogos para os IBM PC compatíveis. O Planeta MS-DOS também irá dedicar-se a divulgar as recentes produções da cena hobbyista!
Ecrã de entrada |
"Plutonium Caverns" é um jogo criado por Jani Nykänen para o MS-DOS, cuja história é sobre um explorador inter-estelar que, ao regressar de uma missão exploratória pelo espaço, vê-se obrigado a aterrar a sua nave, sem combustível, num planeta isolado e misterioso.
Debaixo da superfície do planeta, existem cavernas que guardam gemas de plutonium, o elemento necessário para fazer funcionar a nave do solitário explorador. Este terá então que entrar nas cavernas e recolher gemas suficientes para encher o tanque de combustível. Infelizmente a missão não se lhe afigura nada fácil, pois as cavernas estão pejadas de perigos.
Introdução ao nosso herói |
O jogo consiste num quebra-cabeças ligeiramente inspirado na mecânica do Sokoban. Temos que manipular objectos de modo a abrir caminho para as gemas, através de rios de lava, paredes de gelo, portas, entre outros obstáculos.
A primeira caverna |
A influência de Sokoban é evidente: a caverna estende-se numa grelha de 10 por 10 espaços, onde o herói pode empurrar pedregulhos, de tal modo que um empurrão em falso, pode fechar-nos o caminho para as gemas e obrigar a repetição da partida. Mas a comparação fica-se por aí, visto que existem vários tipos de blocos, algum podem ser empurrados ou destruídos, mas outros são intransponíveis, excepto mediante diferentes ações que o personagem pode executar.
Empurrando um pedregulho |
O jogador também pode começar com um número limitado de ferramentas, como a picareta, que derruba paredes de gelo, ou a pá, que tapa os blocos de lava. As pás e picaretas são inutilizáveis após o seu uso, pelo que teremos de ser parcimoniosos com as mesmas. Podemos repor o número de picaretas, pás e outros objectos, caso estes se encontrem na caverna - eventualmente deixados por alguma antiga e desaparecida civilização?
Os próprios pedregulhos também podem ser usados para fazer desaparecer um bloco de lava (e por consequência, o próprio pedregulho). Outros pedregulhos estão congelados e devemos usar a picareta para soltá-los.
Pedregulhos congelados e alavancas |
Podemos encontrar portas que se abrem com uma chave específica, e alavancas que fazem aparecer ou desaparecer paredes de blocos coloridos. Também existem bombas que devem ser apanhadas e colocadas em espaços específicos, onde são ativadas, e de onde podem ser empurradas durante 5 movimentos, até explodirem e destruirem pedregulhos e gelo ao seu redor - também transformando paredes sólidas em lava. A bomba pode ser igualmente empurrada para a lava como se de um pedregulho se tratasse, abrindo um espaço e desaparecendo sem explodir.
Nas últimas cavernas iremos encontrar mini-buracos negros que desintegram tudo em que tocarem, excepto, claro está, o nosso viajante, quiçá por estar com um fato protector. As paredes exteriores da caverna também são imunes. Deveremos usar as propriedades destrutivas deste mini-buraco a nosso favor! Serão estes artefactos, vestígios da devastação ou desolação do planeta?
Mapa do planeta do qual podemos aceder às cavernas |
Terminamos cada fase, apanhando todas as gemas de plutonium, usando uma ou mais combinações de acções e movimentos. São 17 cavernas com variados puzzles, em que o grau de dificuldade começa a sentir-se verdadeiramente a partir da 13ª caverna. Apesar de tudo, não é um jogo muito difícil, acabando por tornar-se bastante prazeiroso terminar cada caverna.
Os gráficos do jogo são simples, coloridos, e poderiam passar como sendo dos primórdios da placa VGA. Os efeitos sonoros são minimalistas mas não cansam o jogador. Não existe música - quiçá nem acrescentaria muito valor ao jogo que, mereceria, sim, mais uma fornada de níveis!
Tendo em conta que é o trabalho de uma pessoa só, o jogo tem um bom acabamento e cumpre para aquilo que está destinado: uma ou duas horas de diversão.
Pode-se jogar "Plutonium Caverns" no DOSBox (ou em hardware real) descarregando o executável das páginas do autor, tanto no itch.io como no Game Jolt. Aliás também pode ser jogado via browser, a partir destes mesmos links.
Finalmente, devemos salientar que o criador do jogo disponibilizou o código-fonte (em linguagem C) num repositório do GitHub, com uma licença open-source - o que é louvável e certamente inspirador para quem quer se iniciar na programação de um jogo para o MS-DOS.
E terminamos com um agrado para o leitor, gostamos tanto do jogo, que disponibilizamos o mapa do "Plutonium Caverns"!
Mapa de Plutonium Caverns |
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