Páginas

sábado, 16 de novembro de 2019

sábado, 16 de novembro de 2019

Kicas no Rally-Paper da Física (Porto Editora, 1997)




O jogo que hoje analisamos é mais um dos muitos educativos editados em território nacional nos anos 90 que, no entanto, se destaca dos demais por ter uma qualidade algo superior. Desenvolvido pela Ediprisma/INESC e lançado pela Porto Editora em 1997 para Windows 3.x e 95, não alcançou grande destaque a nível nacional, sendo atualmente um título bastante obscuro e pouco lembrado.

Como já ando a coleccionar videojogos desenvolvidos em Portugal desde 2012/13, este chegou às minhas mãos no âmbito dessa procura. Tal como outros da minha coleção, este foi comprado online por um valor reduzido "às cegas", pois tinha-o encontrado numa lista antiga de software educativo recomendado às escolas por uma associação de professores e escolhi adquiri-lo apenas porque pelo título este pareceu-me ser o que poderia estar mais próximo de um verdadeiro videojogo.

A maioria dos "jogos" educativos editados em Portugal nem merecem essa designação (daí ter colocado jogos entre aspas) e não são nada mais que conteúdo teórico em texto e imagens, acompanhado de pequenos e básicos mini-jogos ao estilo palavras cruzadas, puzzle e semelhantes.
Daí que este tenha sido uma surpresa, pois apesar da deficiente execução, o resultado até ficou bastante interessante.



Temos aqui uma coleção de mini-jogos interligados por um jogo de corridas em que a cada etapa somos desafiados a pôr os nossos conhecimentos de física à prova, estando os conteúdos ao nível do 8º ano. Este mini-jogos, chamados de PEC (Provas Especiais Classificativas), variam entre pequenos jogos estilo puzzle, plataformas e até um labirinto 3D, sendo que muitos deles dependem de algum cálculo cuja resposta correta nos dará acesso à fase seguinte.


A qualidade dos jogos, como já referi, é algo duvidosa e têm um aspeto muito amador, apesar de terem sido desenvolvidos em ambiente universitário. A dificuldade em controlar o carro ou o personagem, controlos estranhos e bugs recorrentes acabam por retirar muito aos únicos jogos que tinham algum potencial e a navegação estranha e pouco intuitiva pelos menus que nos obriga a consultar o manual regularmente não ajudam muito.


Infelizmente é um jogo com algum potencial mal aproveitado que precisaria na sua equipa de alguém com verdadeiro conhecimento de programação para videojogos e não só de professores e programadores mais voltados para a parte técnica. Estes apesar de dominarem a parte teórica e terem efetivamente conseguido construir um produto funcional, parecem desconhecer como criar um jogo que seja divertido. Falta-lhes, na minha opinião, aqui alguma experiência não só enquanto jogadores, mas enquanto criadores de videojogos.

Para concluir, não posso propriamente recomendar este jogo pois envelheceu bastante mal, até porque mesmo à época do lançamento deixava muito a desejar em relação àquilo que o mercado oferecia a nível internacional. Serve este post como registo de mais um título nacional que infelizmente não podemos disponibilizar, já que a sua editora ainda se encontra em atividade, mas caso tenham interesse em experimentá-lo ainda poderá ser encontrado em Bibliotecas Municipais por todo o país ou eventualmente à venda online.

0 comentários:

Enviar um comentário